1º Capítulo Ao Encontro da Felicidade - Chuva

     Era um dia chuvoso tal e qual como os outros. Ambos corríamos do parque de modo a refugiarmo-nos da chuva que agora se intensificava. 
     Ela corria com os seus cabelos louros já molhados, bem como a camisola que lhe tinha  oferecido á cerca de dois meses por completarmos um ano de namoro. Eu, por sinal, apenas tinha o casaco vermelho molhado, o cabelo estava protegido pelo meu tradicional boné.
     Corremos até chegarmos a uma parte da rua oposta que estava protegida por um conjunto de varandas, e aí ficamos a observar a beleza que era ouvir e sentir o cair da chuva.
     - Chega-te cá! – Entoei, abrindo os meus braços.
     Ela chegou-se e eu sorri, apertando-a contra mim, protegendo-a do frio.
   - Obrigada. – Sussurrou para mim, e depois pousou a cabeça no meu ombro e ambos esperamos que a chuva passa-se.
     O céu acalmou por fim apesar de as nuvens negras não desaparecessem.
     - Vamos agora? – Perguntou-me sorrindo.
    - Claro minha Joana. – Joana era o nome da rapariga por quem me tinha apaixonado há mais de dois anos no Liceu, mas apenas o ano passado tinha arranjado a coragem suficiente para lhe confessar os meus sentimentos.
     Caminhamos os dois pela rua e por fim chegamos a sua casa. Não éramos famílias ricas, que vivessem em castelos ou grandes mansões de luxo com criados e todas as mordomias, mas também não éramos nenhuns pobres.
     - Amanhã á mesma hora? – Perguntei-lhe ansioso.
   - Sabes que sim, meu amor. – Beijámo-nos, embora fosse um beijo rápido dados os costumes e tradições dos nossos familiares, e larguei-lhe a mão, e vi-a entrar em segurança dentro de casa.
*
     Olhei uma última vez pela janela e vi o seu sorriso, e por fim, seguiu caminho para casa. Eu não me podia queixar, eu tinha um namorado maravilhoso.
     - Filha… é melhor vires para dentro antes que o teu pai apareça.
   - Eu sei mãe. Mas porque não podemos dar beijos em casa, ou prologados. – Era uma pergunta parva, mas uma pergunta parva que eu queria resposta.
     A minha mãe suspirou e sentou-se na pequena poltrona azul que tínhamos ali na sala.
     - Porque é falta de educação. O amor não se expressa apenas por beijos ou qualquer outros atos físicos.
     - Eu sei disso…, mas parece tão pouco tempo para estarmos juntos…
     - Tens de ter tempo para os estudos não é amorzinho. - A minha mãe sorriu e aproximou-se e beijou-me na testa. – Agora vai estudar um bocadinho enquanto acabo de fazer o jantar.
     Vi-a sair pela porta da sala e dirigi-me agora para o meu quarto, onde me deitei em cima da cama, indo ter assim com os livros que lá me esperavam desde a manhã. Peguei neles e, inspirando fundo, abri-os e comecei novamente a estudar. Assim era a minha rotina, todos os dias…
    Primeiro ia para as aulas, e da parte da tarde ia dar um passeio com o Carlos, o meu namorado. Dávamos os nossos belos passeios e ele levava-me a lanchar, e depois ia novamente para casa onde iria estudar para os exames finais.
     Rebolei na cama e fiquei agora de cabeça para cima e pensando naquilo que ele me 
tinha dito no parque:
     -Sabes que nunca te abandonarei, e estarei sempre do teu lado, e se for preciso lutarei 
contra aqueles que se opuserem ao nosso amor.
     - E eu o mesmo, cuidarei sempre de ti, da maneira que possa.
     Pois era, o meu namorado sofria de uma doença crónica que sempre o tivera perturbado todos os seus dezassete anos. Sofria de asma.
     - Completamo-nos um ao outro. - Ele sorriu e demos um novo beijo. Um beijo simples como estávamos autorizados a fazer.
*

    O dia escureceu e uma nova onda de chuva caía sobre a cidade, deixando-a completamente mergulhada num silêncio.
   Olhei de novo para os livros em cima da mesa e semicerrei os olhos, recusando-me ao “chamamento” dos estudos.
    - Filho! Anda jantar. – A forte voz do meu percorria a casa toda, fazendo-me estremecer, mas não por medo, mas pela Joana. Ela odiava trovoada, e no preciso momento em que o meu pai me chamou, um raio finíssimo, mas ao mesmo tempo belo, de um roxo profundo, rasgava os céus negros daquela noite.
     Desci por fim as escadas e sentei-me á mesa, juntando-me á minha família.
   - Como está a vossa relação? - Inquiriu o meu pai com um sorriso estampado no rosto, olhando diretamente para mim.
     -Tudo nos eixos, pai. Não fizemos disparates.
     - Ainda bem. Mas sabes que podes falar comigo sobre tudo.
     Corei.
     A minha mãe sorriu, tal como eu, e continuei a comer a minha refeição.
*

   A forte trovoada fazia os vidros da minha casa estremecerem, mas rapidamente me acalmei, lembrando-me do conforto que Carlos me dava quando apareciam estes dias. Ele reconfortava-me e cobria-se junto de mim, tapando-me com um cobertor, enquanto me contava uma história ao ouvido, fazendo-me adormecer num sono tranquilo.
    Mas agora era diferente, eu estava sozinha no me quarto, depois de ter comido um prato maravilhoso da minha mãe.
    Puxei as mantas e deitei-me, sentindo-me completamente segura, e imaginando como serie o meu dia de amanhã. Seria perfeito, tal como todos os outros.
*

     Tinha uma sorte enorme de te encontrado uma rapariga como aquela. Amava-a e protegia-a com a minha vida, e protege-la fazia também já parte da minha vida.

Diogo Simões

2 críticas:

mKoala disse...

deixei-te um selo !
http://yabookreviewsportugal.blogspot.pt/2013/02/2013-e-selo-liebster-award.html

beijinhos

Ana C. disse...

Qualquer pessoa pode mandar um texto para aqui?

Mensagem antiga Página inicial
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Publicações Tuas

Publicações Tuas
Ao Encontro da Felicidade

Afiliados

Jovens Autores. Com tecnologia do Blogger.

Tradutor

Contacto

parajovensautores@gmail.com

Recent Comments